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Federico Garcia Lorca: contribuições para o mundo das artes e para uma sociedade de pedra.

Federico García Lorca (1898-1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol. Considerado um dos grandes nomes da literatura espanhola, levou para sua poesia a paisagem e os costumes da terra natal. Foi um dos maiores representantes do teatro poético do século XX.

Poeta e dramaturgo espanhol, apresentou obras singulares que escancaravam a sociedade pouco afetiva e insensível da época em que vivia. Lorca fez da arte, a única maneira possível de respirar em meio as rachaduras políticas e culturais de sua Espanha.

Apaixonado pelo Flamenco, expressão artística e cultural que ascendeu na Espanha, soube como poucos, beber dessa fonte para elaborar dramaturgias e poemas tão viscerais. Cabe destacar um de seus mais populares textos, “Yerma”, uma mulher que vive o drama de não poder conceber um filho e busca de todas as formas engravidar, enfrentando a indiferença do marido, Juan, que não demonstra nenhum interesse em compartir da sua angústia.

Angústia, palavra essa, presente tanto nos escritos de Lorca, quanto no Flamenco. A angústia é o tema de diversas obras de Lorca e no texto Yerma, sentimos e sofremos juntos a protagonista. Quando imaginamos a encenação deste texto, não há como pensar nos elementos de dança, a música e poesia, que não possuam no Flamenco seu eixo condutor.

O Flamenco está para Federico Garcia Lorca, como a música clássica está para grandes nomes da música como Beethoven e Vivaldi. Afinal, a arte do Flamenco foi o que manifestou em Lorca, o que existia de mais potente em suas veias artísticas, as vozes dos silenciados e as dores das mulheres oprimidas.



Lorca foi um defensor de direitos civis. Lutou pelo seu povo, chorou pelas dores de suas mulheres e gritou em nome de uma nação livre. O Flamenco foi a arte que fez de Lorca um espelho.

Espelho que emerge em diversas culturas latino-americanas até os dias atuais. Em Curitiba, diversas companhias teatrais adaptaram textos de Lorca, enquanto a ST Produções Teatrais, insere os poemas de Lorca em espetáculos sensíveis e potentes de Flamenco. Uma nova produção em linguagem audiovisual será lançada em breve “Flamenco Para Todos” e conta com o apoio do Programa de Incentivo à Cultura, Fundação Cultural de Curitiba, da Prefeitura Municipal de Curitiba e do Ministério do Turismo.

Federico Garcia Lorca, o homem que forjado no Flamenco, fez de sua arte sua principal bandeira em nome de um povo livre e sonhador.


Victor Emanuel Carlim é professor de teatro, pesquisador, ator e arte-educador.

Mestre em Artes pela UNESPAR Campus II FAP e Formado em Licenciatura em Teatro pela mesma universidade.

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